Dois casos de violência registrados neste final de semana expõem, mais uma vez, os problemas que circundam as ruas da Praça Saturnino de Brito, no centro de Santa Maria. Tradicional ponto de encontro dos jovens para dar as boas-vindas aos calouros, o local padece de um mal: insegurança. Mesmo com a aglomeração no meio da rua, as autoridades não colocam policiais nem guardas para zelar pelo trânsito, pelas pessoas e pelo patrimônio.
Na madrugada de sábado, um estudante uruguaio de 28 anos acabou no hospital após sofrer ferimentos a faca em um dos ombros. A vítima, que estuda em Santa Maria, foi encaminhada ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), de onde recebeu alta no mesmo dia. No dia anterior, uma pessoa gravou um vídeo que já circula nas redes sociais.
As imagens mostram uma briga generalizada na esquina das ruas Duque de Caxias e Doutor Bozano. Os envolvidos trocam agressões físicas e verbais no meio da via. Nem mesmo os veículos que quase atropelam os envolvidos inibem as agressões.
- Não é só a falta de segurança. As portas dos prédios servem de banheiros e para uso de drogas. A gente vê todo dia jovens passando mal de tanto beber - conta um morador que reside nas proximidades da praça há 11 anos.
Por enquanto, não haverá policiais nem guardas no local
Se depender dos órgãos públicos, a solução definitiva para a convivência pacífica entre moradores, jovens e motoristas está longe de acontecer.
O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) da Brigada Militar (BM), tenente-coronel Sidenir Cardoso, afirma que o problema da Saturnino de Brito não é exclusivo da polícia e que o poder público deveria atuar de forma conjunta para melhorar a condição de diversão dos jovens e evitar o transtorno causado para quem precisa passar por ali.
- Vamos continuar agindo, mas não vamos entrar em rota de colisão com os jovens que estão consumindo álcool no local. Alguém está vendendo para eles. É só a polícia que age, só a polícia que não permite as coisas. Os outros poderes que deveriam interferir ali não o fazem - argumenta Cardoso.
A Guarda Municipal argumenta que a responsabilidade não é dela. E, sim, da Brigada Militar. Cabe à Guarda apenas zelar pelo patrimônio.
Enquanto os órgãos de segurança dizem que não podem agir, o setor de fiscalização da prefeitura anuncia uma ação conjunta com a intenção de limitar o consumo de álcool. Segundo Tiago Candaten, chefe do Setor de Fiscalização, duas medidas foram tomadas: traileres de lanches foram retirados dali, e o horário de funcionamento dos bares foi reduzido da 1h para as 22h.